quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pavor de insetos 3 - "As Bençãos dos Insetos"


Para os leitores de estômago forte, quatro novas magias/feitiços usando o Culto da Barata e cultistas malucos com uma devoção repulsiva a insetos.


MALDIÇÃO RASTEJANTE

"O sacerdote se aproximou trazendo em suas mãos uma espécie de bacia de aspecto rude. Parecia feita de argila ou de barro cozido, com adornos e estranhos símbolos. O homem apanhou uma mão cheia de insetos que rastejavam sobre o altar e os atirou na bacia, em seguida recitou algumas palavras sem sentido. Por fim com um tipo de pilão começou a esmagar as criaturas produzindo estalos. A coisa se transformou em uma massa repugnante.

- "Isso vai lhe ensinar a não se meter com aquilo que não entende".


Seus dentes podres brilharam na luz da fogueira e ele fez sinal para os outros. Um dos homens a segurou enquanto um segundo ergueu sua cabeça na direção do sacerdote. Calmamente ele apanhou um punhado do conteúdo e passou na face dela. Ela gritou e sacudiu vigorosamente mas os homens a seguraram.

- "Está feito! Deixem-na ir agora!". Prontamente, os vagabundos a soltaram e ela correu sem olhar para trás. A maldição flutuando em sua pele."

O Culto da Barata possui vários rituais, mas poucos são mais detestáveis e produzem um efeito tão terrível quanto a Maldição Rastejante. O ritual é reservado a inimigos do culto ou profanadores que despertam a ira dos cultistas. A evocação é bastante simples de ser realizada e o celebrante precisa apenas conhecer algumas palavras de poder e ser um membro do culto. Ele necessita ainda dispor de insetos, de uma bacia com símbolos místicos gravados em seu interior e de um pilão para misturar os ingredientes necessários. Tais objetos devem ter sido consagrados previamente. Por fim, a vítima tem que estar ao alcance do realizador, deve ouvir suas palavras e ser "ungido" no momento da magia.

Preparação - O sacerdote utiliza o pilão para esmagar os insetos colocados na bacia, estes são destroçados com o pilão até se converter numa massa pastosa. Palavras de poder são proferidas enquanto os preparativos são realizados. O resultado é espalhado sobre a vítima, em especial no rosto. Esta não sente nada imediatamente (além de asco!). Em geral, a pessoa é libertada logo em seguida.

Mecânica: O realizador alimenta o feitiço com 9 Magic Points (MP) no momento que ela é lançada. A magia tem um custo de 1d10 pontos de sanidade. A vítima deve fazer um rolamento na Tabela de Resistência usando seu Power (POW) contra o POW do realizador. Se a vítima falha no rolamento ela é afetada pela magia e sofre todos os efeitos listados abaixo. Se o personagem consegue superar o realizador no teste, ainda assim incorre nos efeitos do primeiro estágio.   

Efeitos - A maldição é insidiosa e seus efeitos só são notados alguns dias mais tarde. Entre dois e sete dias após o ritual ser realizado (1d6 +1), o indivíduo começa a sentir um leve desconforto no local em que o preparado foi espalhado. Algo como uma coceira ou queimação.

Primeiro Estágio: Decorrido o prazo, o desconforto vai dando lugar a uma severa reação alérgica e descamação que marcam o "primeiro estágio". A pele aos poucos vai descascando como em uma queimadura de sol. Sob a pele formam-se algumas manchas que a medida que vão inchando tomam a forma de pústulas amareladas. Se estas são arrebentadas causam grande dor e vertem uma espécie de líquido de odor cáustico. O indivíduo perde 1d3 pontos de Appearance (APP). O custo de sanidade é de 1/1d4 pontos

Segundo Estágio: Na segunda semana, as pústulas começam a escurecer, a pele ao redor vai se tornando grossa com calombos e inchaços. O indivíduo sente um mal estar crescente, náuseas e tem febre. Delírios e alucinações com insetos são bastante comuns. O indivíduo perde 3 pontos permanentes de Appearance (APP) e um ponto permanente de Constitution (CON). O custo de sanidade aumenta para 2/1d6+1. Encarar o indivíduo nesse estágio se torna algo extremamente desagradável e pessoas sensíveis reagem como se chocadas perdendo 1/1d3 pontos de sanidade.

Terceiro Estágio: A terceira semana é ainda mais terrível, as pústulas incham ainda mais. É possível perceber movimentos sob a epiderme. A vítima sente toda a área arder, mas é impossível tocar sem experimentar uma dor escruciante. Em geral nessa época as pústulas começam a arrebentar, gerando baratas. Os ferimentos causados pela eclosão tornam-se feridas de aspecto e odor repulsivo. O indivíduo perde mais 3 pontos permanentes de Appearance e mais 1 ponto permanente de Constitution (CON). O custo de sanidade nesse momento é de 1d6/2d6. Testemunhar esse horror acarreta em 1d3/1d8 pontos de sanidade. Nesse estágio , o indivíduo parece ter sido acometido de um mal semelhante a lepra.

Se a vítima tem seu atributo Appearance (APP) reduzido a zero, é impossível que esse indivíduo saia publicamente sem provocar comoção onde quer que vá. A Maldição Rastejante não progride além do Terceiro Estágio, os efeitos de baratas surgindo das feridas cessam na quarta semana, contudo os ferimentos não cicatrizam antes de um ano.

BENÇÃO DOS INSETOS

"Como podia ser? Aquele miserável jamais poderia levantar e sair andando depois de ser atropelado daquela forma. A roda do ônibus passou por cima dele. Foi possível ouvir claramente o som medonho de ossos e articulações se despedaçando. Mesmo assim, apesar de fraturas e sangue espirrando para todos os lados, ele se ergueu, limpou o casaco puído e correu deixando para trás um rastro vermelho".

Efeito: Através deste ritual, o realizador concede a um determinado indivíduo uma resistência sobre-humana. Em termos de jogo, ele é capaz de resistir a dor e ao choque físico sofrido. Um cultista sob os efeitos da benção não precisa fazer testes de Constituição decorrentes de ferimentos graves sofridos que reduzam seus pontos de vida (HP) a metade. Além disso, o personagem recebe um bônus de Armadura no valor de 3 pontos. Mesmo que receba um ferimento mortal, o indivíduo continua sendo capaz de se manter ativo. Em termos gerais, mesmo após ter sofrido um ferimento brutal (ex: ter braço ou perna arrancados, ou a cabeça esmagada) o indivíduo continua apto a seguir em frente. Os efeitos se mantém por 12 horas. Indivíduos mortalmente feridos simplesmente morrem ou sofrem os danos correspondentes quando os efeitos mágicos se dissipam.

Preparação - O sacerdote mantém insetos dentro de uma bacia consagrada que é disposta sobre o altar do templo. Seis velas negras são acesas sobre o altar e dispostas em posições determinadas. No máximo seis cultistas tomam posição ao redor do altar. O realizador glorifica os insetos e os membros do culto rezam fervorosamente ao redor do sacerdote repetindo uma litania. Quando a última vela negra se apaga, o sacerdote ergue a bacia acima de sua cabeça e repete palavras de poder que completam a benção. Em seguida ele oferece um inseto a cada indivíduo a ser abençoado, este é engolido inteiro. Os efeitos são imediatos! A benção se perde se os insetos não forem consumidos. Não há nenhuma visualização perceptível quando o ritual é concluído. O indivíduo que ingere o inseto sente uma estranha energia preencher seu corpo.

Mecânica: O ritual custa 1d6 pontos de sanidade ao realizador e 1d3 para cada indivíduo tomando parte dele. O celebrante sacrifica 3 pontos de magia (MP) para cada indivíduo abençoado. 

INFESTAÇÃO

"Primeiro veio o som bizarro parecendo um zunido baixo que nenhum dos presentes conseguiu discernir  O fedor, haviam sentido já do lado de fora. "Mas o que diabos será isso?" perguntou levando a mão ao nariz. "Talvez ela tivesse um bicho de estimação, um gato que ficou preso e morreu". Eles se aproximaram da cozinha e abriram a porta. Era difícil empurrá-la até o final algo a estava obstruindo. O chão fervilhava com movimento de milhares de insetos como um mar revolto com ondas negras e brilhantes. Mesas, cadeiras, pratos, comida... tudo estava coalhado de insetos. Era impossível determinar a cor da parede ou o padrão dos ladrilhos".

Efeito: Este ritual faz com que um local ou região seja infestado por insetos, criaturas peçonhentas e outros animais daninhos. O ritual em geral é usado quando um templo do Culto da Barata é consagrado ou para "dar uma lição" a pessoas que desagradam o culto ou algum de seus membros. Através de sua execução uma horda de insetos comuns em uma área é atraída para a localidade e passa a ocupá-la por 24 horas. A quantidade de insetos e animais pode variar, mas o número de criaturas atraídas nunca é menor do que 3 metros cúbicos (o bastante para encher uma pequena piscina com insetos). Uma casa pode ser totalmente infestada dessa maneira. É preciso que o ambiente a ser infestado permita o acesso dos animais, estes devem poder entrar através de janelas, portas, dutos de ar, conexões de esgoto etc... se o ritual for realizado em um ambiente estéril ela simplesmente falha. A infestação não causa danos diretos, mas as pessoas que testemunham seu efeito perdem 1/1d4+1 pontos de sanidade. Objetos sujeitos a deterioração natural pela ação de insetos (papéis, alimentos etc.) são destruídos durante a infestação.

Preparação - O ritualista deve preparar o local acendendo 5 velas negras em uma configuração circular pré-determinada. Deve ainda queimar várias essências de odor adocicado em um braseiro. O ritual exige que o realizador se coloque de pé no centro do círculo de velas.  Ele deve se concentrar repetindo mentalmente um mantra, enquanto as essências ardem. Depois de um determinado tempo se concentrando (aproximadamente uma hora) o realizador verá o surgimento de um inseto solitário. Este dará início a infestação.

Mecânica: O realizador sacrifica 5 pontos de magia (MP) e 1d4 pontos de sanidade.

ALOJAR A HORDA

"Ele então abriu a boca como se quisesse gritar, mas ao invés de som o que brotou de sua garganta foram milhares de insetos em uma torrente contínua. As criaturas voaram na direção deles os circulando, envolvendo, entrando em suas roupas. O cultista continuava em sua posição. Vomitando onda após onda de imundice".

Efeito: Este feitiço permite ao realizador consumir uma horda de insetos e utilizá-los como arma contra seus oponentes. A magia faz com que o realizador se converta em um depositário para milhares de insetos. O cultista deve ter conhecimento do ritual de infestação em adição a esta magia para que ela funcione corretamente. Ele faz com que a infestação entre em seu corpo e possa ser expelida no momento que desejar. Os animais são coletados e expelidos oralmente em uma torrente interminável.

Indivíduos que testemunham o feitiço em ação devem fazer um teste de sanidade 1/1d8. 

A horda de insetos voa ou se arrasta na direção dos inimigos designados pelo realizador em uma área com raio máximo de 10 metros. Todos indivíduos afetados (leia-se cobertos de insetos) tem as suas habilidades reduzidas a metade. Adicionalmente a horda de insetos casa 1 ponto de dano por rodada.

Preparativos - O realizador deve preparar um local da mesma maneira que realiza o ritual de Infestação. As velas no entanto devem ser colocadas ao redor do altar de um templo consagrado. O realizador deve estar nu e ungido com as mesmas essências de odor adocicado colocadas no braseiro. O primeiro inseto se manifesta da mesma maneira que no feitiço Infestação. O realizador deve permitir que a criatura entre em sua boca e passa através de sua garganta. Os demais insetos virão em seguida e seguirão o primeiro em uma torrente aparentemente interminável de insetos. A tarefa aparentemente impossível de consumir essa quantidade absurda de insetos é atenuada pela magia. Ao fim do ritual o realizador passa a sustentar um considerável volume abdominal.

O realizador pode manter a horda por um número de dias igual a metade de sua CON. Se os insetos não forem liberados até esse momento, eles o serão então. É considerada uma grande honra pelo Culto da Barata alojar uma horda.

Mecânica: Custo de Sanidade para realizar a magia 1d3/2d6 pontos. A magia tem um custo de 6 Pontos de Magia (MP).

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