sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tales of the Crescent City - Os Mythos de Cthulhu visitam Nova Orleans


E eis que surge mais um Financiamento Coletivo explorando o Universo dos Mythos de Cthulhu.

A nova (e promissora) Editora Golden Goblin promete expandir as fronteiras e detalhar a fascinante e decadente cidade de Nova Orleans sob uma ótica dos poderes malignos de Cthulhu.

O livro trará cinco cenários prontos onde o Guardião poderá lançar seus jogadores em horríveis investigações do sobrenatural em uma série de aventuras que podem ser jogadas sozinhas ou como uma mini-campanha integrada se passando na Capital da Louisiana.

Parece muito interessante e válido, já que o Financiamento Coletivo (via Kickstart) oferece uma série de benefícios e vantagens e o preço está bem acessível para quem quer levar o livro físico. Ainda mais legal é o fato de que o Livro já atingiu a sua meta mínima e está certo de ser lançado, o que virá em seguida serão exclusivamente os bônus e objetivos a serem alcançados, alguns bem bacanas.   

Para quem está interessado, basta clicar no link abaixo:


Aqui está um resumo do Press Release devidamente traduzido:


Ao longo dos bancos do Rio Mississipi existe uma cidade como nenhuma outra. É uma cidade antiga com uma estória conturbada, por vezes trágica, um lugar de várias raças, culturas, onde religiões se encontram, algumas vezes se misturando, outras se confrontando. É uma cidade com uma roiqueza nas artes, onde música e comida celebram a vida. Mas escondido de todos, existe uma outra cidade, um lugar assombrado onde cultos misteriosos se reúnem nos pântanos, plantações alagadas escondem terríveis segredos, e onde os pecados do passado não ficam em silêncio para sempre. Os poderes negros e perigosos do Mythos se entrelaçam na tapeçaria da Cidade Crescente, eles sempre existiram, eles afinal, sempre existirão.  

A Editora Golden Goblin se orgulha de apresentar Tales of the Crescent City—Adventures in Jazz Era New Orleans. (Histórias da Cidade Crescente - Aventuras na Era do Jazz em Nova Orleans)
Esta coleção de aventuras nos anos 1920 para a Sexta Edição de Call of Cthulhu apresenta cenários exclusivos escritos por autores conhecidos como Stuart Boon, Daniel Harms, C. Michael Hurst, Oscar Rios, e Kevin Ross.  

Descrição dos Cenários

The Quickening Spiral (A Espiral Acelerada), por Stuart Boon - Onde os investigadores lutam para encontrar uma cura para uma praga mortal que está varrendo a cidade. Logo, eles descobrem a si mesmos sofrendo dos mesmos sintomas. A medida que eles correm contra o tempo, eles irão tropeçar na obsessão, em feitiçaria e num mal que a humanidade jamais deveria encontrar. 
Needles (Agulhas), por Daniel Harms - Loucas estórias a respeito de figuras mascaradas sequestrando inocentes e conduzindo experimentos médicos com eles, podem se mostrar mais do que meras lendas urbanas. Quando os investigadores encontram os lendários Homens Agulha em meio a mais um de seus raptos eles precisam enfrentar essa ameaça.
Bloodlines, (Linhas de Sangue) por C. Michael Hurst - Os investigadores tentam pesquisar a árvore genealógica de uma antiga família, um dia próspera, mas agora em declínio. Sua investigação os leva até um lugar ermo no pântano, um sinistro empreiteiro, e uma reclusa tribo de Nativos americanos. As fétidas charnecas da Louisiana escondem muitas coisas, como segredos de família e predadores letais. 
Song and Dance (Música e Dança), por Oscar Rios - Onde os investigadores são colhidos em um acontecimento calamitoso que atinge a cidade na véspera do ano novo. Músicos, cantores, dançarinos, coreógrafos, e compositores de Nova Orleans de repente parecem perder seu talento para praticar sua arte. Alguns simplemente morrem enquanto outros enlouquecem, tentando tomar suas próprias vidas. Mas a misteriosa crise é mais perigosa do que se pode imaginar e precisa ser parada, do contrário, o mundo nunca mais será o mesmo.

e... deixamos o melhor para o final... Vinte e Cinco anos atrás, a Editora Chaosium lançou The Great Old Ones, e entre os cenários que compunham esse livro havia um que se passava em New Orleans. 
Ele se chamava "Tell Me, Have You Seen The Yellow Sign?" (Digam-e você viu o Símbolo Amarelo?"), escrito por Kevin Ross. Nele, a mais honorável congregação festiva da cidade, o Krewe das Espadas é infiltrado por um cultista maníaco, Papa Screech e o Culto de Hastur. Isso culmina em uma invocação que permite a Carcosa se fundir temporariamente com os fantasmagóricos pântanos nos arredores de Nova Orleans. Os investigadores (esperançosamente) frustraram os planos do culto, evitando que o Rei Amarelo assumisse uma forma humana e habitasse a cidade, o que destruiria as barreiras entre o nosso mundo e Carcosa, um reino de completa entropia.   
Mas o que aconteceu em seguida? Golden Goblin Press se sente profundamente honrada que Kevin Ross tenha concordado em sair de sua aposentadoria para contar por conta própria. É nosso prazer oferecer...
Asylum - Return of The Yellow Sign (Asilo - O Retorno do Símbolo Amarelo), por Kevin Ross - Muitos anos depois dos terríveis aconteciemntos no pântano, quando o Culto de Hasturfoi derrotado, uma estranha figura chega a Nova Orleans. De onde ele vem e o que ele pretende? Porque ele espalha loucura e terror sempre que aparece? Qual o significado do estranho e inexplicável símbolo que ele veste e porque ele esconde sua face atrás de uma máscara pálida?  E será aquilo uma máscara? Esse é o início do segundo ato e para muitos representará a cortina final.
Arte - Nós estamos felizes em ter de volta o talentoso Dean Engelhardt criando os Handouts e Reuban Dodd como nosso artista e ilustrador. Estamos contentes em dar as boas vindas a Steff Worthington como nosso cartógrafo. Mark Shireman, será o responsável pelo layout do projeto.

Cronologia - O livro Tales of Crescent City ainda não está pronto; ele está em fase de edição e pronto para receber o layout. Estamos determinados a entregar aos nossos apoiadores o PDF o mais rápido possível, e logo em seguida o livro físico, no máximo quatro meses após a conclusão do Financiamento Coletivo.

Parece muito interessante e como eu comentei, o preço está bem camarada. Acho que vale a pena embarcar nesse...

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Roedores Terríveis: O Rei Rato


O Rei Rato é um fenômeno raro caracterizado quando uma grande quantidade de ratos ficam presos através de suas caudas de uma maneira impossível de serem soltas. Sangue, sujeira, gelo, excremento ou simplesmente nós são fatores responsáveis por criar esse estranho resultado. Supõe-se que os roedores unidos dessa forma cresçam ao mesmo tempo, experimentando uma calcificação nos ossos da cauda que acaba fundindo os animais para sempre. O número de animais que compõem o Rei Rato pode variar, mas normalmente uma quantidade superior a dez são necessários para evidenciar o fenômeno. Há rumores de espécimes com mais de 50 ratos vinculados dessa maneira.

O Rei Rato por alguma razão é um fenômeno identificado com a Alemanha, onde a maioria das ocorrências foram descobertas. Historicamente, existem várias superstições associadas ao Rei Rato, e ele é visto como um mau agouro,sinônimo de doença, morte e praga.     

O nome em alemão Rattenkönig, foi traduzido para o inglês como rat king, e para o francês como roi des rats. Originalmente, o termo não era utilizado para se referir a ratos, mas a pessoas que viviam muito próximas umas às outras, praticamente grudadas, como por exemplo famílias com muitos membros forçadas a dividir uma habitação pequena.

O estudioso Konrad Gesner em seu tratado Historia animalium (1551-1558) reconhecia a existência do fenômeno afirmando "alguns ratos são unidos através de seus rabos formando um novelo indissociável. Esses animais raramente conseguem se mover e são alimentados pelos mais jovens que servem às suas necessidades, como se eles estivessem acima de todos os outros, quase como monarcas dos demais". Um teólogo do século XV chamado Gustav Griss se referiu ao Rei Rato como um exemplo do horror do inferno, onde segundo ele, os homens padeciam amarrados uns aos outros sem poder se mover na mesma direção, como ratos presos pelas sua caudas. O reformista Martin Lutero usou o Rei Rato como analogia para sua filosofia anti-papista: " (...) no alto da estrutura, vive o Papa, o Rei Rato em pessoa, com vários corpos (seus bispos e cardeais) controlados pelos rabos".

Por muito tempo vigorou a crença de que o Rei Rato era um único animal, com vários corpos separados. Ele seria o responsável por gerar os ratos e controlar os animais como um todo.    

A menção mais antiga ao fenômeno data de 1454. Um Rei Rato foi descoberto em um depósito de feno em Aachen, no auge de uma peste avassaladora que varria a Alemanha central. O fato foi tratado como uma abominação e fartamente documentado. Acadêmicos foram chamados para analisar a descoberta e estes estudiosos determinaram que aquele horrível animal, sem dúvida, era o responsável pela praga. Coincidentemente, quando o Rei Rato de Aachen foi exterminado, a peste que atormentava a população diminuiu sua intensidade. Isso deu início a crença de que toda epidemia de peste negra era desencadeada por um Rei Rato oculto em algum lugar inacessível.

Em 1538, uma praga atingiu Gelsenkisher com força e para conter a epidemia autoridades tinham liberdade para entrar nas casas à procura do foco, leia-se, o Rei Rato. Em meados de 1600, um nobre que residia próxima a Holstein alegadamente, após descobrir um rei rato no estábulo de sua propriedade, mandou depositar o animal ainda vivo em uma caixa e deu ordens expressas para que ele fosse levado de carruagem e libertado nas terras de um inimigo declarado.  

É senso comum que doenças tendem a se espalhar mais rapidamente quando animais estão confinados muito próximos. Dessa maneira o Rei Rato era considerado como a própria personificação da doença. Em 1571 em Bremen a descoberta de um Rei Rato foi comemorada pela população como o fim do martírio e do reinado da Peste sobre a cidade. Quando mesmo depois do animal ter sido queimado em praça pública a praga não terminou, preferiu-se acreditar na existência de um segundo Rei Rato vivendo nos arredores da cidade. Durante o avanço das tropas de Napoleão para o Leste, inúmeros soldados caíram doentes com sintomas de peste, procurou-se então pela origem do mal. Havia o boato que um rei rato estava vagando livre pela região. O temor só foi debelado depois que oficiais informaram que o animal fora encontrado e queimado.   

O fenômeno foi gradualmente desaparecendo a medida que o rato marrom (Rattus norvegicus) erradicou o Rato Negro (R. rattus) da Europa em meados do século XVIII. A descoberta de Reis ratos tem sido esporádica na era moderna, contudo recentemente um exemplar foi achado numa fazenda na Estônia, na região de Vorumaa em janeiro de 2005.


Espécimes de rei rato são preservados em alguns museus. O Museu  Mauritianum em Altenburg (Thuringia) possui o maior e melhor preservado rei rato conhecido (esse que está no alto do artigo). O espécime mumificado foi encontrado em 1828 na lareira de uma casa em Buchhein. Ele consiste de 32 ratos. 

Reis ratos mantidos em frascos cheios de álcool também estão presentes nos acervos de museus em Hamburgo, Göttingen, Stuttgart e Hamelin (ironicamente o local da fábula a respeito do flautista que salvou a cidade guiando ratos para fora de seus muros). O Tartu Ülikooli Zooloogiamuuseum (Museu de zoologia de Tartu, na Estonia) possui um espécime formado por 29 animais. Um rei rato encontrado na Nova Zelândia em 1930, está exposto no Museu Otago em Dunedin, trata-se do único exemplar conhecido que não é formado por ratos negros. Relativamente poucos reis ratos foram descobertos; dependendo da fonte, o número não passa de 50 espécimens ao redor do mundo. 

USANDO O REI RATO

Eu adoro a ideia de uma coisa tão bisonha num cenário de horror.

Ratos sempre representaram horror, pois sempre estiveram intimamente ligados a doença e morte. Eles sempre foram animais considerados detestáveis, tanto é verdade que até 1928, ratos não podiam ser mostrados em filmes, existindo até multas para quem o fizesse. O tabu que só foi encerrado pelo filme Drácula, que colocou roedores em evidência, o que causou asco e horror nos cinemas. O filme foi proibido em alguns lugares da Europa apenas por mostrar cenas com ratos.

A suposição de que um rei rato é o causador de uma epidemia incontrolável e a necessidade de localizar seu covil e dar cabo da criatura, surge como uma ótima premissa para uma aventura com foco urbano. Imagine uma cidade medieval murada, com uma população aterrorizada e o rumor persistente de que algo tão bizarro cresce e habita na escuridão, disseminando a doença, controlando outros ratos e provocando mortes.

Usar essa criatura em um cenário medieval, mesmo que seja de fantasia, parece uma ótima pedida. Eu penso que ele ficaria ótimo em Cthulhu Dark Ages, mas não vejo porque a premissa não poderia ser aproveitada em Warhammer (onde ratos são um inimigo essencial), Vampire Dark Ages ou mesmo em Dungeons and Dragons (imagine isso em Ravenloft!).

Para tornar a coisa ainda mais medonha, que tal considerar o rei rato como uma criatura dotada de inteligência, ainda que rudimentar, mas suficiente para que ele formule um plano de ação para enfrentar seu inimigo: o homem. Suponha que um rei rato seja realmente capaz de controlar outros roedores mentalmente ou por feromônios. Dessa forma, como um verdadeiro líder estrategista, ele poderia enviar seus súditos em ataques localizados, selecionar indivíduos doentes para infectar alvos ou simplesmente causar pânico lançando um ataque a uma celebração ou festividade.

Como o Rei Rato pode ter desenvolvido sua inteligência? Ora, o que não falta são ideias. Desde considerar o resultado imprevisível de uma magia ou uma maldição, até supor que "coisas mais negras" estão em ação promovendo o surgimento de um horror dessa natureza.

Para aumentar ainda mais o horror, que tal tornar o rei rato algo ainda mais ameaçador. O que dizem de considerar um rei rato formado por centenas, talvez milhares de indivíduos unidos? O mero ato de tentar se aproximar dessa coisa sem receber mordidas seria uma temeridade. Ou quem sabe um rei rato formado por roedores enormes, do tamanho de gatos ou de cães. Para um horror definitivo, que tal adicionar pessoas medonhamente unidas a massa do rei rato, transformadas elas próprias em ratos humanos coladas por filamentos perpétuos.

Eu também posso imaginar o rei rato como um tipo de "artefato místico". Imagine um estandarte com um rei rato mumificado que poderia ser usado para amaldiçoar, transmitir doenças ou quem sabe exercer controle sobre hordas de ratos famintos.

Uma massa de ratos pretos amalgamados, transbordando doenças desconhecidas, habitando um porão escuro e abandonado enquanto comanda milhares de seus súditos a conquistar uma cidade.

O que pode ser mais adequado a um cenário de horror?

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Navio dos Ratos - O Lyubov Orlova rumo a Grã-Bretanha com sua carga mortal


Um navio fantasma carregando nada a não ser milhares de ratos pode estar à caminho da costa da Grã-Bretanha.

O cargueiro de linha Lyubov Orlova está à deriva no norte do Oceano Atlântico há mais de um ano, e caçadores de resgate afirmam que há grandes chances dele estar seguindo em uma rota de colisão na direção da Grã-Bretanha, mais especificamente para as cidades de Devon e Corwall. 

Construído na antiga Iugoslávia em 1976, o navio azarado registrado na União Soviética foi abandonado em águas canadenses depois que seus proprietários se envolveram em um escândalo fiscal e não conseguiram pagar os salários da tripulação. As autoridades em Newfoundland tentaram vender o navio para sucateá-lo - numa transação com valor estimado em 600 mil libras - para um Consórcio na  República Dominicana. Aparentemente estava tudo certo, mas durante a viagem para seu destino final, o Lyubov Orlova acabou colhido por uma forte tempestade e se soltou do rebocador que o levava.    

Uma vez que o navio acabou em águas internacionais, a Canadian Transport que ficou responsável pelo translado alegou que não arcaria com os custos de uma operação para localizar o navio desgarrado e resgatá-lo. "A não ser que o navio oferecesse risco de vazamento de óleo no litoral canadense ou representasse alguma outra ameaça de caráter ambiental" explicou um porta voz da organização.

Dois sinais de radar foram obtidos no ano passado, supostamente pertencentes a botes salva vidas que haviam caído do navio e atingido a água. De acordo com a posição em que esses botes foram localizados, o navio maior deve seguir o mesmo percurso e já teria percorrido dois terços de seu caminho em direção ao leste, o que o levaria ao litoral da Grã-Bretanha.
  
Semana passada, um navio não identificado com o tamanho aproximado do Lyubov Orlova teria sido detectado por radar próximo à costa da Escócia, mas aviões de busca falharam em obter uma confirmação visual.

O capitão belga Pim de Rhodes,  especializado em resgate de navios à deriva afirmou ter avistado o navio desgarrado à caminho da costa britânica. "Ele está sendo levado à esmo, pode estar em qualquer lugar", comentou o marinheiro, com mais de 20 anos de experiência e cujo trabalho envolve encontrar e assumir o controle de navios abandonados. "Uma embarcação desse porte - com 4,250 toneladas de peso - consegue sobreviver a tempestades e oscilações marítimas mesmo sem a supervisão de uma tripulação. Basicamente o Lyubov Orlova poderia navegar indefinidamente, contanto que não se chocasse com alguma outra embarcação ou com um corpo de terra".

Segundo as autoridades navais britânicas, o navio embora esteja à deriva, não representa um risco iminente para a navegação na área. Todas as embarcações na região foram informadas da possibilidade de colisão com o cruzeiro desgarrado, contudo o equipamento de rastreio é capaz de localizar com antecedência um navio desse tamanho e evitar o pior. Aviões e estações de monitoramento também estão atentas a qualquer sinal que possa indicar a posição do Lyubov Orlova.

Não é a primeira vez que um navio fantasma (termo que designa embarcações sem tripulação e cuja posição não pode ser determinada) se aproxima das Ilhas Britânicas. O que destaca o caso do Lyubov Orlova é o rumor cada vez maior de que os imensos compartimentos de carga e os decks foram tomados por ratos canibais. 


O rumor aparentemente se iniciou a partir de uma entrevista do capitão belga: "Não é certo dizer que o navio está vazio. Com certeza haverá uma quantidade assombrosa de ratos à bordo do  Lyubov Orlova. estes animais se adaptam a falta de comida e se tornam canibais, comendo uns aos outros para sobreviver. Se minha equipe fosse abordar o navio, teríamos de providenciar veneno de rato, usar botas de cano alto e talvez carregar lança-chamas".

Rhodes afirmou que já houve casos de encontrar embarcações em condições semelhantes, com milhares  de ratos famintos que chegaram a atacar a equipe de abordagem.

"Esses ratos confinados há muito tempo em uma embarcação nunca viram um ser humano. Eles são ferozes e não tem medo. Agem apenas guiados pela fome e não é incomum que eles se juntem em uma massa compacta para atacar o que quer que invada seus domínios. Já tive problemas com ratos em navios abandonados, grandes ratazanas cheias de doença e com presas afiadas a ponto de rasgar botas de borracha. Em mais de uma ocasião minha equipe teve de "limpar" o barco antes de poder prosseguir em uma abordagem, usamos para isso lança chamas, maçaricos e tochas de acetileno para espantar os roedores e nos permitir dispor armadilhas com veneno".

As declarações do capitão bastaram para criar uma onda de apreensão nas cidades do litoral sul da Grã-Bretanha se choque e libere sua carga nos arredores de alguma cidade. O Lyubov Orlova passou a ser conhecido como o "navio infestado por ratos canibais" e desde a semana passada ocupa um lugar de destaque na maioria dos jornais e noticiários ingleses.

A pergunta que fica é: Ratos podem realmente sobreviver por mais de um ano recorrendo exclusivamente ao canibalismo? E eles seriam um perigo em potencial?



Aparentemente, o que Rhodes relatou não é totalmente absurdo. É comum que fêmeas de ratos se alimentem de seus filhotes se estes nascem com problemas ou marcados com um odor errado. Essa é uma questão delicada em laboratórios, e várias medidas são tentadas para evitar que as mães devorem os filhotes diminuindo a população de cobaias para pesquisas. Um estudo aconselha inclusive que os ratos sejam separados a fim de evitar o canibalismo que quando se inicia é difícil de ser contido. 

Segundo biólogos, é possível que os ratos sobrevivam se alimentando de seus filhotes e dos membros mais fracos a cada geração. É viável considerar ainda que os ratos tenham antes se alimentado de tudo o que podiam encontrar à bordo do navio abandonado, o que inclui papel, madeira e até plástico antes de mergulhar no canibalismo.  

Eventualmente, se os ratos começassem a se alimentar de seus filhotes a  população diminuiria e eventualmente acarretaria na extinção de todos animais à bordo.  Entretanto, dependendo da quantidade de roedores no Lyubov Orlova é possível que eles conseguissem sobreviver a toda uma viagem do Canadá à Grã-Bretanha apenas se alimentando de outros ratos.

Mas até onde a chegada deles iria constituir um perigo. 

O lançamento de uma quantidade considerável de animais em um ambiente estranho poderia constituir um desastre para o ecossistema. Não há base para afirmar que os ratos teriam alguma doença, mas é inegável que uma quantidade muito grande deles sendo despejados próximos a uma cidade causariam considerável confusão. No mínimo, forçaria os habitantes a colocar a ponta das calças para dentro de suas botas.

Enquanto o navio não for encontrado e abordado, não há como saber o que será encontrado à bordo. 

Por hora, podemos apenas imaginar o que se desenvolveu nos escuros compartimentos do Lyubov Orlova... e ter pesadelos.

Achou interessante? Leia outros artigos sobre Horror em Alto Mar:


Ourang Medan - O Navio da Morte

sábado, 25 de janeiro de 2014

True Detective - Nova série da HBO com pinceladas de horror cósmico

“De certas experiências você não sai incólume, você simplesmente deixa de existir, ainda que continue vivendo. Tudo o que aconteceu…ainda está acontecendo, a única diferença é que se passaram vinte anos, e o que aconteceu é apenas história, o que acontece agora... é presente.” 
— do romance Galveston por Nic Pizzolatto

“Estranha é a noite em que estrelas negras se erguem.” 
– The King In Yellow por Robert W. Chambers


Adaptado do artigo do Hollywood Entertaiment

A série True Detective é muitas coisas ao mesmo tempo — um profundo estudo de personagens, um competente mistério de investigação criminal, um panorama a respeito do conceito do anti-herói, uma atuação memorável de Woody Harrelson e Matthew McConaugheyMas de forma mais simples e completa, é uma estória a respeito de dois homens contando uma estória aterradora. 

Rust Cohle (McConaughey) é uma imagem fantasmagórica de um homem que trabalha quatro dias por semana e passa os outros dias bebendo até apagar em estupor. Martin Hart (Harrelson) é um Detetive Particular cujo comportamento de bom moço não esconde completamente a hipocrisia que é a sua vida. Os dois um dia foram detetives - e por sete anos, parceiros — e a estória que eles tem para relatar envolve uma jornada apavorante, que deixou marcas em suas almas e ainda os assombra. Quanto mais eles falam a respeito da experiência, mais descobrimos quem são eles, mesmo que não saibamos ao certo se o que eles estão relatando é verdade ou mentira. 
True Detective é uma série em oito episódios, similar a American Horror Story, na qual a cada temporada será apresentada uma trama diferente com um novo elenco. True Detective (algo como Detetive de Verdade) toma emprestado o título de uma revista pulp, "a mais famosa das Revistas de Olho-Vivo", responsável por criar o gênero "Crimes Reais" em meados de 1928, a era de ouro dos romances baratos. Mas o programa da HBO não é uma homenagem ao gênero. A principal característica desse tipo de estória era o sensacionalismo sobre a decadência e perversidade humana, o programa, ainda que perturbador, não faz sensacionalismo barato. Nas revistas as narrativas eram sobre casos reais, no programa tudo é ficção. Na revista tudo era bem dividido: o detetive era um herói, o criminoso um vilão detestável, já o programa desconstrói os heróis e lança um olhar incômodo de pura fascinação sobre o vilão. 

True Detective não é a respeito da consagração de homens que desejam fazer o que é certo, mas sobre anti-heróis cheios de defeitos que querem pegar um terrível assassino em série apenas porque esse é seu trabalho e eles são bons no que fazem. Não se trata de um programa de investigação criminal convencional como "Lei e Ordem", "Criminal Minds", "CSI" ou outros do gênero. Aqui o caso investigado tem repercussões e deixam cicatrizes profundas nos responsáveis por desvendá-lo. E há espaço de sobra para conversas existenciais sobre história, memória, identidade, religião, tempo, morte, a futilidade da existência humana, etc... No primeiro episódio, Cohle discursa a respeito do sentido de nossa existência e da "programação" que cada indivíduo carrega dentro de si, e opina que o melhor talvez fosse parar de procriar e aguardar a extinção de nossa espécie.


Criado pelo escritor e repórter investigativo Nic Pizzollatto, True Detective é um programa fluido, com uma narrativa cheia de camadas que vão sendo removidas lentamente. O ritmo intimista remete a um pesadelo sinistro do qual não se consegue despertar.  Em alguns momentos, a narrativa pode ser tão confusa quanto um sonho, e esse é o objetivo.

Felizmente o programa tem uma dupla de excelentes protagonistas que mantém o espectador grudado na televisão. Se fossem atores menos tarimbados, talvez fosse difícil acompanhar a série e levá-la à sério. Woody Harrelson e Matthew McConnaughey, cada um ao seu modo, mostram porque são dois dos mais prestigiados atores de sua geração (cada um com indicações ao Oscar e uma carreira de respeito). Lá pela metade do primeiro episódio você já lamenta o fato de que a série terá apenas oito capítulos com esses personagens.

Somos apresentados ao magrelo Cohle e ao inchado Hart em 2012, dois homens de meia idade, concedendo entrevistas em separado a uma dupla de detetives da polícia da Louisiana. Cada episódio é dividido entre as entrevistas e os acontecimentos em janeiro de 1995, no qual os dois detetives investigaram o suposto “assassinato oculto-ritualístico” de uma prostituta chamada Dora Lange. O objetivo das entrevistas? Essa é parte do mistério central. Os dois investigadores nos dias atuais revelam que um crime semelhante ao que foi investigado (e aparentemente resolvido) em 1995 aconteceu novamente. Estariam os detetives simplesmente em busca das pistas de seus antecessores ou eles suspeitam que eles esconderam alguma coisa nesses 17 anos? Será que Cohle e Hart estão contando a estória verdadeira ou planejam iludir a polícia? 

Lá pelas tantas, é impossível não pensar em "Os Suspeitos" e imaginar se no último episódio não teremos alguma reviravolta que irá subverter tudo o que vimos. É bem possível que isso aconteça, então desde já, é melhor não acreditar em tudo o que os dois estão contando (e não se apegar a nenhum deles). De qualquer maneira eu tenho a sensação de que terei de assistir True Detective mais uma vez depois que ele se encerrar para pescar as pequenas dicas nas entrelinhas. 
Incitados pelos detetives em 2012, Cohle e Hart narram os detalhes do caso que mudou para sempre as suas vidas e os transformou no que eles são hoje. Hart em 95 é um detetive simpático e de boa reputação, mas com sérios problemas pessoais; seu casamento com Meggie (Michelle Monaghan) está desmoronando, ele é um pai ausente e um cristão cheio de pecados varridos para de baixo do tapete. Como esses acontecimentos repercutem no Hart de 2012, ainda veremos. O Cohle de 95, já é uma alma perdida: divorciado, com uma filha tragicamente falecida, um passado cheio de traumas e horrores que o transformaram em um cínico inveterado, um pessimista irreparável. Seus colegas o evitam e ele recebe o apelido de "homem dos impostos" por carregar um enorme livro de contador onde faz suas anotações. Ele é o tipo do sujeito que tem em sua casa destituída de móveis e um crucifixo na parede, não por acreditar, mas para meditar a respeito de sacrifício.   
Esses dois caras, tão diferentes são unidos pelas circunstâncias. Apesar do "lugar comum" de mostrar parceiros que no início não se suportam e passam a admirar as técnicas um do outro, nem tudo é o que parece ser. 

Hart e Cohle são designados para o caso Dora Lange, um assassinato bizarro em que o criminoso parece ter dado asas a sua imaginação. O corpo da mulher é encontrado nu, vendado, esfaqueado e marcado com uma tatuagem em uma plantação de cana de açúcar no interior da Louisiana. Ela é colocada em uma posição estranha, ajoelhada, como se estivesse prestando respeito a uma enorme árvore na paisagem rural. Uma galhada de cervo é cuidadosamente posta sobre sua cabeça, "como uma coroa", segundo Cohle. Perto do corpo pálido e sem vida, são achadas pequenas armadilhas artesanais para capturar pássaros, feitas de gravetos, "redes do diabo", de acordo com um pastor local, usadas para afastar o demônio. As "redes do diabo" parecem ter uma importância central na trama, uma vez que os detetives encontram outras delas em suas andanças pela região enquanto tentam rastrear o assassino. O que elas representam ou porque foram deixadas pelo caminho, só saberemos no futuro.


Cohle e Hart analisam o corpo através de perspectivas diferentes: "Parece algo satânico", comenta Hart, um cristão impressionado pela morbidez da cena que remete aos supostos casos de magia negra e feitiçaria que foram explorados exaustivamente pela mídia nos anos 1980. Cohle por outro lado, encara a cena através de sua visão de especialista que leu inúmeros manuais sobre assassinatos em série. Ele sugere que a mulher cumpriu uma função, a de servir como peça central na fantasia do maníaco.  Cohle está convencido que Lange será a primeira vítima de uma série de assassinatos que estão por vir ou talvez seja o último de uma série que passou desapercebida até o momento. De qualquer maneira, a mente do assassino parece ter evoluído para outro nível, um em que a fantasia descamba no mundo real de forma violenta e imprevisível. A questão religiosa parece ter grande importância na trama: já na (excelente) abertura vemos ministros fazendo discursos a respeito do "fogo e enxofre" do diabo. Há ainda um indício de que o caso será tratado pela polícia como um crime ritualístico.  

Esse enfoque deixa as coisas ainda mais interessantes. O traço mais marcante na personalidade de Cohle é sua visão sombria do mundo. Ele lembra um Jó que sofreu todas as tragédias possíveis e imagináveis e que incapaz de manter  ou reafirmar a sua fé, passa a desacreditar a existência de qualquer bondade no universo. Para ele, a existência não passa de um vazio sem sentido que não pode ser preenchido por nada, a não ser pessimismo. Apesar de suas opiniões estranhas, Cohle só opina quando estimulado a fazê-lo. Hart pede sua opinião e imediatamente se arrepende. Para alguém como Hart, nascido e educado na região do "Cinturão Religioso" do Sul dos EUA, um discurso desse tipo não parece apenas estranho, mas herético.


Ao longo do segundo episódio, True Detective começa a abordar um tema ainda mais obscuro, correlacionando o horror que permeia a mente degenerada do assassino com fantasias bizarras. O diário de Dora Lange, encontrado pelos detetives em determinado momento em um bordel, não trata de acontecimentos corriqueiros do dia a dia, mas de divagações sobre Carcosa, um personagem chamado "Rei Amarelo" e linhas poéticas como “strange is the night where black stars rise.” (estranha é a noite em que estrelas negras se erguem). 

Os detetives não parecem entender o significado disso... mas nós sabemos.

Aqueles que podem consultar a internet - ou os fãs de literatura de horror cósmico - reconhecem claramente esses elementos pinçados da ficção de Robert W. Chambers. Ele é o autor de uma coleção de contos em que o Rei Amarelo tem papel central. Muitas dessas estórias fazem referência a uma peça teatral, chamada “The King In Yellow” — sobre uma cidade em ruínas; Carcosa, localizada em um mundo alienígena onde habita uma entidade maligna, Hastur, o Impronunciável. Todos aqueles que leem essa peça, a assistem ou dela participam acabam morrendo ou enlouquecendo. Chambers se inspirou em “Carcosa” e “Hastur” através da obra de Ambrose Bierce. Mas assim como ele tomou emprestado esses elementos para compor seus contos, outros se inspiraram em suas ideias, incorporando temas, imagens e trechos do Rei Amarelo. O mais notável dos autores inspirados pelos conceitos de entropia e horror idealizados por Chambers, sem dúvida foi H.P. Lovecraft que utilizou várias das suas ideias para construir os Mythos de Cthulhu.

Fica a questão: até que ponto a ficção de Robert Chambers a respeito do Rei Amarelo será importante para a trama?


Ao que tudo indica, True Detective é uma série com os pés no chão, não se trata de um programa a respeito de elementos paranormais e fantásticos. Ele não é um Arquivo X, por exemplo. Tudo leva a crer que o assassino e sua vítima foram de alguma forma afetados pela fantasia medonha contida nos mitos do Rei Amarelo e passaram a acreditar na sua existência factual, desempenhando um papel na sua mitologia. Por isso, a vítima é "coroada" em algum tipo de ritual que só faz sentido para os dois e que deixa todas as outras pessoas chocadas.

Quando de forma bem sutil o personagem do ex-marido de Dora conta que ela tinha entrado para uma igreja e "encontrado um Rei", é impossível para os que conhecem o mínimo a respeito do Mythos conter um arrepio. Pois sabemos o que isso significa. O mesmo arrepio ao relacionar a marca tatuada no ombro esquerdo da vítima com o Símbolo Amarelo o brasão que identifica o King in Yellow. E o que dizer do relato de uma menina que pouco ates de desaparecer descreveu um sujeito absolutamente estranho como sendo a figura que vivia na floresta e a deixava assustada?

Mais adiante, no segundo episódio, logo depois que o diário de Dora é achado, Cohle começa a ver coisas, sofrendo alucinações pela sua privação de sono e o coquetel de barbitúricos que ele engole para conseguir algumas horas de relaxamento. Sob o efeito, ele enxerga um levante de pássaros se erguer de um pântano e formar o símbolo em espiral antes de se dispersar. Ainda mais estranha é a descoberta de uma igreja abandonada em ruínas onde rituais bem estranhos aparentemente tiveram lugar.


As insinuações sutis a alucinações envolvendo o Rei Amarelo são muito bem sacadas, uma forma do detetive Cohle se infiltrar no mundo de fantasia do assassino e tentar entrar em sua mente para desvendar seus propósitos. No correr da trama descobriremos o papel do Rei Amarelo nesses crimes e se o Horror Cósmico fará uma visita a Louisiana.
Mas atenção, tudo indica que True Detective vai seguir um caminho diferente,não é um seriado a respeito de investigação criminal em que o espectador tenta descobrir quem é o bandido sendo muito mais, uma viagem surreal com destino a revelações medonhas no coração do pântano. Essa não é uma estória de mistério ou suspense convencional, é algo muito mais escuro e perturbador...

Vamos acompanhar e ver onde iremos parar.

Trailer:



Até que enfim, o Mundo Tentacular voltou das férias!




E oficialmente depois de uma pausa de pouco mais de três semanas, o Mundo Tentacular está de volta. Eu pretendia estender um pouco mais, até meados de fevereiro, maaaaas, Cthulhu e suas criaturas já estavam inquietos, ansiosos para voltar ao batente e exigiram - sob pena de devorar minha alma - o retorno imediato.

Foi uma pausa mais do que bem vinda, necessária para recarregar as baterias e retomar o ritmo de insanidade no blog dedicado a Lovecraft, Mythos e tudo o que tem relação com o Horror Cósmico.

Estamos contentes de estar de volta e espero que tenham sentido pelo menos um pouquinho a nossa falta.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Como assim o Mundo Tentacular entrou de férias?

Olá pessoal, como vão as coisas?

Esses dias me dei conta que nos quase cinco anos de existência, o Mundo Tentacular nunca teve um verdadeiro período de recesso (por assim dizer). Mesmo durante minhas férias ou em viagem, eu arranjava um momento para verificar como estavam as coisas, para pesquisar material ou escrever algum artigo. Manter uma média de postagem de dois em dois dias não é fácil ainda mais se pensarmos que o maior período de recesso até hoje foi de dez dias, isso em 2011 (!!!)

Então, que tal relaxar, afrouxar a gravata e colocar os pés para cima? Vamos deixar que os cultistas descansem um pouquinho de seus afazeres, liberar os Shoggoths, que fazem o trabalho pesado, deixemos que as Crias Estelares tirem uma soneca e que os Byakhees viajem para Aldebaran. Será uma pequena pausa, apenas o bastante para que os Chefes de Culto possam colocar a leitura dos seus tomos blasfemos em dia, para que os portais dimensionais recebam sua manutenção preventiva e para que os investigadores conduzam suas pesquisas na Biblioteca da Universidade Miskatonic. 

Mas em breve, assim que "as estrelas estiverem certas no firmamento", estaremos de volta com artigos incomuns, notícias bizarras, resenhas detalhadas, dicas para sua mesa de jogo, planos para atormentar seus jogadores, ideias para props e tudo mais...

Enquanto não voltamos convido todos a explorar o Blog e ler alguns das matérias mais antigas. Tem muita coisa interessante em nossos Arquivos Profanos que pode mantê-los entretidos até nosso retorno.

Então até daqui a pouco... o último trem para Arkham está prestes a partir.

Nos vemos em breve.