terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Tabuleiro Ouija - A Famosa Comunicação com o Mundo espiritual


Desde o início, os homens se perguntam o que existe depois da morte física. Haveria um outro mundo? Haveria um além? Seria possível que as almas de pessoas ficassem presas no mundo dos vivos? Essas questões levaram a tentativas de se comunicar com o mundo espiritual e obter as respostas.

Foi apenas com o surgimento do movimento espiritualista que pessoas começaram a afirmar ser possível não apenas se comunicar com os mortos, mas obter deles informações relevantes sobre como é o mundo além. No século XIX, duas jovens meninas americanas, as irmãs Kate e Maggie Fox, afirmaram ter estabelecido uma maneira simples de se comunicar com um fantasma. Elas usavam uma série de batidas para simbolizar respostas afirmativas e negativas, até que eventualmente criaram um código de letras do alfabeto. Dessa forma, eram capazes de decifrar palavras e mensagens inteiras enviadas pelos espíritos.

A medida que o espiritualismo cresceu em popularidade, aqueles com interesse no tema começaram a criar "círculos caseiros", pequenos grupos de amigos e familiares que se reuniam para tentar a comunicação com os espíritos de seus entes queridos. Eles experimentaram com o sistema de batidas usado pelas irmãs Fox e mais tarde com a mesa móvel, métodos que eram acessíveis a qualquer um e que não careciam da intermediação de um médium. O método das batidas, chamado originalmente "knockings and rappings", criado no início do movimento, permaneceu popular e continuou a se espalhar pelo mundo, a medida que pessoas comuns o experimentavam e acreditavam obter resultados.

O método, no entanto, começou a cair em desuso quando médiuns adotaram uma nova forma de contato, a chamada "Escrita Automática". Embora fosse praticada exclusivamente por pessoas com um elo com o mundo espiritual, essa forma de contato ganhou enorme fama e se tornou muito popular no início do século XX. A escrita automática é uma modalidade de contato, na qual o medium em transe, permite que o espírito guie sua mão para escrever mensagens. Acreditava-se que o fantasma movia a mão, respondendo perguntas feitas pelas pessoas presentes. No início, os adeptos desse método diziam que os espíritos podiam responder com apenas algumas palavras, mas à medida que a escrita automática foi ganhando adeptos, cartas inteiras - por vezes com a letra semelhante do morto, começaram a ser escritas.

Obviamente, muitos questionamentos a respeito da autenticidade da escrita automática vieram à tona, não obstante, em alguns casos as mensagens recebidas fossem incrivelmente precisas. Contudo, incontáveis casos de fraude perpetradas por charlatães e exploradores acabaram por colocar em xeque o uso desse método.


Em 1853, um espiritualista francês chamado M. Planchette (um sobrenome que poderia ser traduzido como"pequena tábua") desenvolveu uma ferramenta que poderia fazer muito mais do que simples batidas numa mesa. A "planchette" criada por ele era uma pequena tábua de madeira em formato de coração, com lápis presos servindo como pernas. O objetivo era usar esse curioso objeto para estabelecer contato com fantasmas e espíritos, permitindo a estes escreverem mensagens diretamente do além. A invenção passou a ser usada por médiuns como uma forma mais elaborada de escrita automática, mas sua real contribuição foi permitir a qualquer um tentar esse contato.

Não demorou muito até que a invenção fosse aprimorada. Nenhuma experiência era requerida e nenhuma habilidade psíquica se fazia necessária. Esta nova ferramenta revolucionou o Movimento Espiritualista e teve um impacto que ressoa ainda hoje.

Era o nascimento da famosa Tábua Ouija.

Pouco depois da planchette chegar aos Estados Unidos, um fazedor de armários e caixões de Maryland, chamado E. C. Reiche criou o novo método de comunicação. Ele idealizou um tipo de bandeja de madeira com as letras do alfabeto dispostas em duas linhas no centro do tabuleiro. Abaixo dessas letras colocou números de 1 a 10 e as palavras SIM e NÃO em cada extremidade do tabuleiro. Ele criou ainda uma prancha deslizante como ponteira, mas removeu os lápis que davam sustentação, substituindo-os por pequenas pernas. Dessa maneira, a prancha podia se mover pelo tabuleiro de madeira lisa.

Sempre se acreditou que Reiche chamou sua invenção de "Tabuleiro Ouija" porque o nome representava as palavras "sim", respectivamente em Francês (oui) e alemão (ja), mas não foi exatamente por isso. Na verdade, ele acreditava que a palavra "Ouija" significava Sorte em Egípcio. É claro, não é, mas uma vez que Reiche recebeu esse nome alegadamente de um espírito através de seu tabuleiro, o nome ficou.

Mas Reiche estava mais interessado em se comunicar com os espíritos do além do que fazer dinheiro, portanto, ele vendeu sua invenção para um amigo, um tal Charles Kennard, que possuía um pequeno negócio de Curiosidades. Kennard pegou um empréstimo e fez a primeira produção comercial de Tábuas Ouija em 1886. A patente datada de 28 de maio de 1890, identificava o objeto como uma Tábua de Comunicação com os Mortos.


Pouco depois, um vendedor chamado William Fuld se interessou pelo objeto e começou a comercializar com o nome "Tábua de Ouija de Fuld". Ele produzia tábuas em massa e teve muito sucesso vendendo-as em Feiras e distribuindo por todo país e ficando rico. Fuld dizia usar a tábua para consultar os espíritos e assim decidir o rumo de seus negócios. Em 1927, ele se suicidou saltando da cobertura de seu prédio, supostamente depois de receber a notícia de que os dias vindouros seriam muito ruins para os negócios - alguns acreditam que foi uma visão da Grande Depressão que arruinaria não apenas ele, mas muitos empresários. Verdade ou mentira, Fuld mergulhou para a morte, o que ajudou a sedimentar a estranha aura do Tabuleiro Ouija.

Ironicamente, o Tabuleiro Ouija continuou muito popular, mesmo nos anos da Depressão, sem ser afetado pela crise econômica. A empresa de Fuld continuou muito bem sucedida, vendendo milhões de tabuleiros, além de outros jogos e brinquedos. Fuld afirmava ser o inventor do tabuleiro Ouija e que havia aberto a porta para a comunhão entre vivos e mortos. Segundo ele, o segredo de seu sucesso era a consulta regular com os espíritos que lhe davam sugestões. Para alguns era apenas marketing, mas quem o conheceu afirmava que Fuld fazia consultas diariamente e não tomava nenhuma decisão sem antes usar sua tábua de estimação, um dos protótipos que ele orgulhosamente guardava em seu escritório.

Os herdeiros de Fuld mantiveram a propriedade intelectual da tábua até 1966, quando venderam a marca para a Parker Brothers. Essa gigantesca companhia, famosa por produzir jogos e brinquedos, tratou de lançar diferentes versões do tabuleiro em madeira e compensado, popularizando ainda mais a tábua. Ainda hoje, eles detêm todas as marcas e patentes, além de direitos mundiais de comercialização. Mesmo que hoje ela seja vendida comumente em lojas de brinquedo, a tábua tem em essência o mesmo design de quando ela foi criada para ser uma ferramenta do Movimento Espiritualista.

USANDO A TÁBUA OUIJA



A Tábua Ouija é considerada ainda hoje como um dos métodos de comunicação espiritual mais controversos, sobretudo por dispensar qualquer faculdade mediúnica para ser usada. A pessoa não precisa ser sensitiva ou conhecer qualquer tipo de procedimento místico, basta sentar-se diante dela e trabalhar com a ponteira. É por isso que muitos psíquicos profissionais desencorajam seu uso. Segundo alguns, o uso da tábua pode ser na melhor das hipóteses uma bobagem e na pior, um procedimento perigoso.

A despeito disso, as tábuas continuaram sendo extremamente populares como um método de comunicação ao alcance de qualquer um interessado (ou disposto) a acreditar nelas. Para alguns, elas constituem um risco, pois abrem as portas para "forças obscuras" e "entidades malignas". A controvérsia a respeito das tábuas sempre existiu a aponto de haver tentativas de proibir sua comercialização. Muitos médiuns profissionais afirmam que as pessoas deveriam evitar a experimentação com as tábuas e recorrer a especialistas se tem interesse em estabelecer contato com o Mundo Espiritual. Alguns dizem ainda que o "perigo" reside em não compreender os métodos empregados e na ignorância de que forças temerárias podem agir através da tábua, influindo ou dando maus conselhos às pessoas.

Esse artigo não busca direcionar o leitor a usar ou não esses instrumentos. Francamente, nas vezes em que eu usei a tábua, os resultados foram incertos. Na maioria das vezes, insatisfatório seria a palavra correta já que não percebi nenhum efeito seja ele negativo ou positivo. No final das contas, foi o que muitos chamam de "brincadeira inocente", as tais brincadeiras do copo que a gente faz quando é criança ou adolescente. Em uma esfera pessoal, não aconselho as pessoas a tomar parte nessas brincadeiras, sobretudo se forem sugestionáveis ou impressionáveis. Por vezes, a imaginação pode se mostrar algo demasiado forte e causar um efeito negativo. Cada um sabe o que é melhor para si, e embora eu não acredite em poderes mediúnicos, quem sabe...

Aqui está, a título de curiosidade, como funciona a tábua:

O Tabuleiro deve ser idealmente usado por duas pessoas - ainda que mais indivíduos possam participar. Ele é posicionado no centro de uma mesa com os utilizadores dispostos em cada extremidade, sentados de frente um para o outro. O dedo indicador deve ser colocado sobre a ponteira levemente de forma que ela não seja empurrada ou conduzida. Se você participou de uma dessas sessões e viu a ponteira se mover rapidamente, raspando a madeira e produzindo algum ruído, pode ter certeza de que alguém está empurrando ou conduzindo. Segundo os especialistas, o movimento, se existir, deverá ser extremamente lento.

Um dos utilizadores, fazendo as vezes de Condutor do Experimento deve dizer em voz alta que pretender se comunicar com um espírito disposto a participar. este espírito pode ser nomeado, embora essa formalidade não precise ser cumprida. Alguns afirmam que espíritos malignos podem tentar se comunicar, fazendo-se passar por espíritos inocentes, com o intuito de confundir ou perverter a natureza da comunicação. Sendo assim, alguns defendem que a melhor maneira de lidar com isso é dizer em alto e bom tom que a experiência visa apenas uma comunicação breve e que ao término todo e qualquer acesso será cortado.

Dito isso, após estabelecer uma concentração, o Condutor faz uma pergunta clara em voz alta. Apenas uma pergunta deve ser feita por vez para que não haja confusão na resposta, se houver. As respostas, em teoria serão dadas à medida que a ponteira deslizar - supostamente movida pelo espírito, através da prancha. Cada letra obtida forma palavras ou respostas simples de sim ou não. Se não houver movimento, os envolvidos devem se concentrar novamente e reiniciar a comunicação.

Se a comunicação for estabelecida, ela pode durar alguns minutos ou mesmo algumas horas, dependendo exclusivamente do espírito contatado. Quando o este se der por satisfeito, simplesmente irá partir apontando a ponteira para fora do tabuleiro.

O ESTIGMA DO OUIJA



Mas o método funciona? 


Muitos acreditam que as respostas dadas pelo tabuleiro são simplesmente o resultado dos movimentos, ainda que inconscientes, das pessoas tocando a ponteira. Se isso é verdade, então o tabuleiro é operado por nada além do poder da sugestão dos envolvidos. Mas como é possível então explicar os muitos casos de tabuleiros fornecendo informações que nenhum dos envolvidos poderia dispor? 

No que diz respeito a isso, alguns parapsicólogos defendem que a Tábua Ouija é abastecida pela energia psíquica projetada pela mente humana, soletrando as respostas para as questões através de um tipo de precognição, telepatia ou mesmo clarividência. Os movimentos da ponteira seriam atribuídos a capacidade inerente de psicocinese das pessoas participando da experiência. Há no entanto os que defendem a real comunicação com o mundo espiritual. Estes creem que os envolvidos servem apenas de condutor e que a tábua faz as vezes de uma ferramenta mística, manipulada pela mão invisível dos espíritos. Muitos espiritualistas acreditam nisso, assim como os caçadores de fantasmas da atualidade, que veem a Tábua Ouija como uma das mais importantes ferramentas para o contato espiritual. 

Nos últimos anos, a reputação da Tábua Ouija foi profundamente arranhada, especialmente pela ação de grupos religiosos que condenam sua utilização. Eles costumam citar casos de assim chamados espíritos possessores que costumam se manifestar sobretudo quando jovens "brincam" com a tábua. Aparentemente, forças maléficas, disfarçadas como espíritos inocentes, seriam capazes de possuir os corpos de jovens e adultos impressionáveis, causando danos emocionais (até mesmo suicídio) entre aqueles que ousam usar a tábua.


Nesse caso, existe realmente um risco associado ao uso da Tábua Ouija? Há casos documentados de possessão ou de atividade maléfica permeando a comunicação espiritual? A maioria dos pesquisadores sérios afirmam categoricamente que essas alegações não passam de exagero ou de rumores infundados. Entretanto, é preciso dizer que algumas pessoas sugestionáveis podem se tornar obsessivas a respeito da Tábua Ouija e seus resultados. Podem acreditar de tal forma nos resultados obtidos e se sentir compelidos a aguardar a realização dos mesmos a ponto de se prejudicar.  

Há estudiosos que acreditam que a Tábua Ouija pode sim atrair espíritos que não são necessariamente benignos, ainda que a interação com estes não represente um perigo real. A Tábua Ouija oferece uma forma de comunicação, mas não é uma porta ou janela através da qual espíritos podem atravessar. Dito isso, muitos parapsicólogos sérios não aconselham que a Tábua seja usada por adolescentes, por indivíduos que se deixam levar pelas emoções ou qualquer um que não tenha discernimento para entender o que está sendo tentado. O experimento não deve ser compreendido como uma "brincadeira".  

Muito se comenta a respeito do surgimento de fenômenos inexplicáveis após o uso de Tábua Ouija, na forma de objetos se movendo ou de vozes desencarnadas. É possível que o Ouija possa despertar faculdades telecinéticas nas pessoas, atividades estas que acabam sendo interpretadas como presença fantasmagórica. É possível ainda que o Tabuleiro Ouija funcione como uma espécie de para-raios para atividade paranormal. A concentração dos envolvidos estimula o efeito psicocinético canalizando e dirigindo uma grande quantidade de energia psíquica que provoca os tais fenômenos. 

Desse modo, sim o Tabuleiro Ouija pode ser encarado como uma ferramenta para o paranormal, ainda que não seja capaz de invocar espíritos e fazer com que eles interajam diretamente com os vivos. Há mais a se temer da mente humana do que qualquer coisa invocada pelo Tabuleiro de Comunicação.

HISTÓRIAS E RUMORES SOBRE TABULEIROS OUIJA




Como mencionado acima, muitas pessoas desaconselham o uso de Tabuleiros Ouija e os associam a conjuração de espíritos malignos. De fato, o que não faltam são histórias - a maioria delas apócrifas, dando conta de resultados desagradáveis e de ocorrências alarmantes envolvendo fantasmas e atividade paranormal. Tais histórias fizeram com que em certas partes dos Estados Unidos, Tábuas Ouija não pudessem ser comercializadas, enquanto que em outras elas são vistas como ferramentas associadas a bruxos e satanistas. 

A seguir, estão relacionadas algumas histórias envolvendo o uso de Tábuas Ouija, muitas delas creditadas como "verídicas". Contudo, a veracidade delas é no mínimo questionável e caberá ao leitor decidir no que acreditar!

- Um dos mais misteriosos lugares da cidade de Los Angeles é o famoso Edifício Bradbury. Ao longo dos anos, muitos cineastas usaram o lugar como cenário para filmagens que incluem sucessos como Blade Runner, Seven e Morto ao Chegar. O prédio tem uma aura imponente e ao mesmo tempo opressiva, ainda que seja uma construção magnífica. Diz a lenda que George Wyman, o arquiteto responsável pela construção do Bradbury estava incerto sobre aceitar a tarefa. Ele decidiu consultar seu irmão, recém falecido, usando um tabuleiro Ouija, antes de assinar o contrato de construção. Wyman, na época era um empreiteiro de menor expressão e com pouca experiência nesse tipo de trabalho. Seu irmão o convenceu, através do tabuleiro, que o prédio seria lembrado como uma obra prima e o deixaria famoso. De fato, o sucesso com o Bradbury transformou Wyman em um dos mais respeitados arquitetos de sua época.  

- Arthur Henry Ward (também conhecido como Sax Rohmer), o autor das famosas novelas a respeito do personagem "Fu Manchu", foi membro da famosa Ordem Esotérica Vitoriana chamada Golden Dawn. Ele escreveu várias histórias sobre o mundo sobrenatural e a respeito do ocultismo. De acordo com sua biografia, ele deu início a sua lucrativa carreira como escritor seguindo o aconselhamento de uma Tábua Ouija. Ele perguntou qual seria a melhor maneira de obter sucesso na carreira literária e a ponteira soletrou "c-h-i-n-a-m-a-n". As novelas de Sax Rohmer envolvendo conspirações e mestres criminosos orientais se tornaram um sucesso estrondoso de venda e são populares até os dias atuais.

- Uma dona de casa de Saint Louis chamada Pearl Curran chocou o mundo literário em meados de 1900 afirmando ser capaz de canalizar através de um tabuleiro Ouija o espírito da escritora norte americana Patience Worth. Curran escreveu milhares de páginas de novelas e poesias que tinham o mesmo estilo de Worth. A prosa e o estilo eram tão similares que especialistas não conseguiam distinguir os trabalhos, escritos com 200 anos de diferença.  

- A partir de 1919, o ocultista Stewart Edward White e sua esposa Betty, estudaram por 17 anos a mediunidade de Betty e sua relação com um grupo de entidades espirituais chamados de "Invisíveis". Usando um Tabuleiro Ouija, White escreveu dois livros com profecias e previsões para os anos vindouros no qual ela teria previsto a Segunda Guerra, a Guerra Fria, o surgimento de Bombas Atômicas e uma série de acontecimentos futuros que realmente se confirmaram. As Crônicas dos Invisíveis chamou a atenção de vários estudiosos do Oculto e foram muito populares entre os líderes nazistas. Em 1937 elas foram usadas como parte de sua propaganda, uma vez que as previsões mencionavam as vitórias alemãs na Europa e Norte da África, Convenientemente, a propaganda nazista ignorou as previsões sobre a derrota do Eixo.

- Em 1933, Dorothea Turley e sua filha Mattie, de 15 anos de idade foram acusadas do assassinato de seu marido e pai. Durante o julgamento, Mattie confessou que a consulta de um Tabuleiro Ouija fez com que ela e a mãe decidissem dar cabo da vida de seu pai para que a mãe pudesse casar novamente com um homem rico. Mattie afirmou ainda que consultou um espírito e esse a aconselhou a executar o pai usando uma espingarda. O juri ficou impressionado com o testemunho, mas o advogado de defesa tentou demonstrar que o Tabuleiro Ouija poderia ser usado novamente, dessa vez para determinar a inocência das acusadas. Para isso, ele realizou uma sessão de comunicação, na qual dois voluntários do Juri usaram o tabuleiro para falar com o falecido. O resultado, altamente questionado, absolvia as acusadas de qualquer culpa: quando perguntado sobre quem o matou, o espírito teria inocentado as duas mulheres. O Juri determinou então que elas eram inocentes. Posteriormente, em um novo julgamento, motivado por pedidos de anulação da sentença, as duas foram consideradas culpadas e condenadas por homicídio.

- Em 1972, a poeta Jane Roberts fundou o movimento de "Canalização Espiritual" após uma experiência paranormal usando um Tabuleiro Ouija. Ela e seu marido estabeleceram contato com um espírito identificado pelo nome de "Seth" que lhes ditou vários livros de auto-ajuda extremamente populares na época, inclusive o bestseller Seth Speaks (Seth Fala). Em 1980, um conceituado pastor teria apontado o livro como uma obra ditada por uma entidade diabólica. Como resultado, Jane Roberts sofreu um atentado e quase foi assassinada por um fanático religioso.

- De acordo com uma Lenda do Mundo do Rock, o músico Alice Cooper alegadamente assumiu esse nome artístico com base nos conselhos de um espírito contatado através de um Tabuleiro Ouija. O tal espírito, pertencente a uma bruxa executada no vilarejo de Salem, no século XVII disse que a troca de nome seria decisivo para ele obter sucesso e se consolidar como um artista famoso. Cooper e seus colegas de banda afirmam até hoje que a brincadeira deu um excelente resultado! Historiadores confirmaram anos mais tarde a descoberta de um diário dos tempos da Caça às Bruxas no qual o nome de uma jovem chamada Alice Cooper era relacionado entre os suspeitos de bruxaria. Até então, o nome não havia sido mencionado de forma oficial em lugar algum.

- Em 1990 estudantes da Universidade Beneditina de Chicago decidiram usar um Tabuleiro Ouija durante uma visita a um pequeno Cemitério nos arredores do campus. Seu objetivo era entrar em contato com os espíritos que habitavam o lugar, considerado por muitos como assombrado. Um dos rapazes que participava da experiência acabou sendo "possuído" por um espírito maligno. Ele começou a gritar e uivar incontrolavelmente enquanto os seus colegas tentavam contê-lo. A polícia do campus foi chamada e o rapaz acabou sendo conduzido a uma delegacia e posteriormente a um hospital onde foi sedado e tratado. O incidente ganhou repercussão, sendo contado e recontado no campus com elementos sendo acrescentados para tornar a história ainda mais horripilante. Uma das versões afirma que o rapaz jamais se recuperou, tendo sido transferido para um manicômio onde acabou cometendo suicídio. O fantasma desse rapaz passou então a assombrar o campus como um espectro em busca de vingança. Durante o Halloween ele é frequentemente invocado como uma forma de desafio importo pelos veteranos aos calouros. Uma das formas de atraí-lo é usando um Tabuleiro Ouija e perguntando "Onde está o fantasma do Campus?", pergunta que faz com que ele se manifeste. Aparentemente, o fantasma é o responsável por vários suicídios e incidentes paranormais ocorridos no lugar.

- Um dos moradores originais da famosa casa assombrada de Amityville teria usado um Tabuleiro Ouija poucos dias antes do massacre que vitimou a Família DeFeo. O tabuleiro teria permitido o acesso de um espírito maligno pertencente a um assassino que possuiu o pai da família e o fez cometer a chacina. Durante uma exploração conduzida por um ocultista, um tabuleiro Ouija queimado teria sido descoberto no porão da casa. O objeto foi usado para estabelecer contato com os muitos espíritos habitando a casa, mas os resultados foram no mínimo inconclusivos. Alguns afirmaram que a pergunta "Por que essas pessoas morreram?" se referindo aos mortos no massacre, resultou na macabra resposta; "Para saciar o fogo do Inferno!".

Tabuleiros Ouija ainda hoje fascinam e causam grande polêmica.

Seriam eles uma forma segura de estabelecer contato ou uma arriscada ponte entre o mundo espiritual e os vivos? A resposta, talvez nunca saibamos ao certo.


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